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Fisioterapia na recuperação de doentes pós-COVID 19

A COVID 19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 que é altamente contagioso.


Após testar positivo à COVID 19, é importante que haja isolamento - ficar em casa e limitar o contato com outras pessoas, tanto quanto possível. Estas restrições podem ajudar a reduzir o risco de propagação do vírus.

Entre vários sintomas, os que se podem destacar por serem mais comuns são:

  • febre

  • dificuldade em respirar;

  • tosse;

  • dor muscular;

  • dor de garganta;

  • dor de cabeça;

  • perda de olfato e paladar;

  • pressão ou dor persistente no peito;

  • cianose (lábios azulados) – diminuição acentuada de oxigénio.

As pessoas podem desenvolver sintomas de 2 a 14 dias após a exposição ao novo coronavírus. Para casos mais graves, será necessário internamento hospitalar para tratamento e prevenção de complicações, podendo ser necessário a administração de oxigénio e/ou ventilador.


Como se trata de uma doença recente, ainda não está definido qual o padrão habitual de recuperação, suspeitando-se que essa variabilidade possa estar relacionada com a idade, antecedentes pessoais e a carga viral do SARS-CoV-2.

Deste modo, durante o processo de recuperação, há sintomas que pioram repentinamente, tornando difícil a realização de atividades como vestir/despir ou higiene pessoal.


As pessoas infetadas podem apresentar sintomas que variam entre leves a graves, sendo que estes podem tornar-se debilitantes e ser fundamental a Fisioterapia no processo de recuperação. A COVID 19 pode afetar o corpo de várias maneiras: enquanto 81% das pessoas apresentam sintomas leves a moderados, recuperando sem tratamento hospitalar, 14% desenvolvem sintomas graves que podem durar várias semanas ou meses.


Casos leves e moderados

A maioria das pessoas que desenvolve COVID 19 apresenta sintomas leves ou moderados. Contudo, há tendência que estas pessoas possam desenvolver sintomas perduráveis que podem ser graves, mesmo após terem testado negativo.


O tipo de sintomas nestes casos mais leves/moderados são:

  • cansaço extremo;

  • fraqueza muscular;

  • febre baixa;

  • dificuldade de concentração;

  • perda de memória;

  • alterações de humor;

  • dificuldade em adormecer;

  • dores de cabeça;

  • diarreia;

  • vómitos;

  • perda de olfato e paladar;

  • dor de garganta;

  • dificuldades para engolir;

  • erupções cutâneas;

  • falta de ar;

  • dor no peito;

  • palpitações cardíacas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% das pessoas com idade entre 18 e 34 anos, mesmo sendo saudáveis, referem que alguns destes sintomas podem persistir durante semanas ou meses após o organismo ter eliminado o vírus.


Casos graves

Cerca de 10-15% das pessoas que desenvolvem COVID 19 apresentam sintomas graves e aproximadamente 5% ficam gravemente doentes, tendo uma maior probabilidade de apresentar complicações, tais como:

  • fibrose pulmonar (um tipo de lesão pulmonar) - pode causar dificuldades respiratórias de longo prazo;

  • problemas cardíacos - 20-30% das pessoas hospitalizadas com COVID 19 apresentam alterações no músculo cardíaco, existindo também a possibilidade de ter miocardite (inflamação do coração);

  • alterações no sistema nervoso, como tonturas, dor neuropática (dor no trajeto de um nervo) e problemas de consciência;

  • problemas inerentes a terem sido submetidos a ventilação mecânica, como infeções, diminuição de oxigénio, feridas na região da boca e cordas vocais, hipotensão arterial, entre outros;

  • cansaço, perda de força muscular e dores articulares, pelo internamento/acamamento prolongado.


Sabe-se que a maioria das pessoas com COVID 19, recupera entre 2 - 6 semanas, mas algumas apresentam sintomas mais persistentes. Alguns estudos relacionam os efeitos da COVID 19 com outras doenças provocadas por outros coronavírus como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ou a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS).

Alguns estudos determinaram que:

  • cerca de 30% das pessoas que recuperaram de sintomatologia grave de SARS ou MERS, tiveram problemas pulmonares a longo prazo;

  • cerca de 40% das pessoas que sofreram de SARS referiam cansaço crónico após três anos.

Contudo, apesar da SARS, MERS e COVID 19 serem causados por coronavirus, existem diferenças importantes entre estas doenças e, por esse motivo, a comunidade médica não tem como garantir quais serão as repercussões dos sintomas da COVID 19 a longo prazo.


Há ainda estudos que relacionam a COVID 19 com outras doenças como a Síndrome da Fadiga Crónica e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

Em relação à Síndrome da Fadiga Crónica, muitas pessoas com sintomatologia persistente de COVID 19 referem episódios de extremos de fadiga, caracterizada por:

  • fadiga física severa;

  • fadiga mental;

  • dificuldade em adormecer;

  • dor muscular;

  • agravamento da condição após esforço físico.

Embora a sintomatologia seja comum, não está comprovada que a COVID 19 possa causar a Síndrome de Fadiga Crónica.

Quanto aos doentes com DPOC que testem positivo à COVID 19, apresentam maior risco de agravamento dos problemas pulmonares pré-existentes, tornando-se difícil a resposta à infeção e, por isso, o aumento da probabilidade de internamento dos mesmos. Salienta-se a importância destes doentes, durante a crise pandémica, manter reservas de oxigénio e de fármacos suplementares, imprescindíveis para a sua qualidade de vida, para além dos cuidados inerentes para evitar o contágio e propagação do SARS-CoV-2, tais como a higienização das mãos, a restrição de contacto com os outros ao mínimo possível e, quando tiver que existir, com um distanciamento não inferior a 2 metros e utilização de máscara.


Fisioterapia na COVID 19

A Fisioterapia é fundamental na recuperação física e pulmonar de pessoas com COVID 19, desde a fase inicial, em meio hospitalar (Unidades de Cuidados Intensivos e Serviços de Enfermaria), até ao período pós-COVID 19, na retoma da qualidade de vida. Dependendo do estadio de recuperação – internamento ou domicílio, os objetivos da recuperação física em contexto COVID 19 podem ser, por exemplo:

  • ajudar e ensinar como mudar de posição na cama ou fazer levante;

  • ensinar exercícios e alongamentos para aumentar a força muscular e o grau de independência;

  • possibilitar a marcha (o andar), com cada vez menos ajuda.

É importante referir que se os sintomas piorarem durante ou após o exercício, o doente deve interromper a atividade e descansar, ou seja, recomenda-se que a atividade física seja por períodos curtos, com intervalos de descanso.


Quanto à parte pulmonar, a Fisioterapia respiratória, tem como principais objetivos:

  • diminuir a falta de ar;

  • diminuir a tosse;

  • melhorar a capacidade pulmonar.


É importante lembrar que as duas áreas estão interligadas, isto é, o aumento de atividade física de uma pessoa com COVID 19 depende da melhoria da sua capacidade pulmonar.


Torna-se assim imprescindível a atuação de um Fisioterapeuta na reabilitação pós-COVID 19, tanto na melhoria da capacidade respiratória, como no aumento da atividade física.

Se necessitar de acompanhamento em Fisioterapia, contacte-nos.


 

Fontes:


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