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COVID Longa

A COVID-19 é, muito provavelmente, a doença que mais controvérsia gerou na era moderna, tendo provocado um enorme impacto a nível mundial, nas mais diversas áreas/setores.

A criação e o desenvolvimento das várias vacinas contra a COVID-19 e a sua administração estão a ser fundamentais para a tão desejada imunidade de grupo. E embora com a vacinação a probabilidade de doença grave tenha diminuído substancialmente, 1 em cada 10 pessoas apresenta sequelas por um período longo (mais de dois meses após diagnóstico), condição que é designada por Síndrome Pós-COVID ou COVID Longa.



O que é a COVID Longa?

Como a COVID-19 é uma doença recente, as consequências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas pela comunidade científica e, por esse motivo, têm surgido inúmeros estudos com esta temática.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou mais de 200 sintomas associados à COVID Longa, destacando a fadiga, a dispneia/falta de ar e a disfunção cognitiva (nomeadamente, problemas de concentração e memória).

Esta sintomatologia deverá persistir, pelo menos 12 semanas, e pode surgir imediatamente após a fase aguda da doença ou depois, podendo variar de intensidade ao longo do tempo. Esta condição afeta, quer as pessoas que estiveram hospitalizadas com COVID-19, quer as pessoas que recuperaram em casa, ou seja, todas as pessoas que desenvolveram doença leve ou grave de COVID-19, podem ter sintomas prolongados.


Para além dos sintomas referidos anteriormente, existem outros comuns como:

  • dor no peito,

  • insónia,

  • palpitações,

  • tonturas,

  • dores musculares e/ou articulares,

  • depressão/ansiedade,

  • zumbido e/ou dor nos ouvidos,

  • enjoo, diarreia, dor de estômago, perda de apetite,

  • temperatura elevada, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, alterações no olfato ou paladar,

  • erupções cutâneas.


Covid Longa e a Fisioterapia

A prescrição de exercício deve ter em conta os sintomas de cada doente, para evitar a diminuição de oxigénio no sangue durante o esforço e, por isso, o papel de um fisioterapeuta poderá ser fundamental, quer na identificação de sinais/sintomas, quer no acompanhamento durante o exercício.


Sugere-se que, em situações de COVID Longa, exista uma estratégia de autogestão de energia em qualquer atividade, de modo a evitar a exacerbação de sintomas pós-esforço (ESPE). Quase 75% das pessoas que vivem com COVID Longa permanecem com ESPE após 6 meses. Esta exacerbação pode levar ao estado de exaustão em atividades que, anteriormente, eram facilmente realizadas, como:

  • tomar banho,

  • andar,

  • ler, escrever,

  • conversar,

  • estar num ambiente com muitos estímulos sensoriais, como por exemplo, música alta ou luzes a piscar.

Para controlar esta exacerbação, pretende-se que cada pessoa consiga fazer a gestão da sua energia em cada atividade, ao realizar tarefas mais curtas e períodos de repouso frequentes. Para isso, deve:

  • conhecer a sua reserva de energia – o que é capaz de realizar facilmente num dia bom e o máximo que consegue fazer num dia mau;

  • perceber quanta energia tem – reconhecer os sinais de cansaço e parar imediatamente para descansar e evitar a fadiga extrema.

  • aprender a planear as atividades – o que é realmente importante fazer, em que altura do dia, a frequência de descanso (…);

  • aprender a poupar energia – pedir ajuda, dividir a atividade em tarefas mais pequenas;

  • aprender a descansar entre atividades – diminuir a atividade física e mental, ou seja, diminuir qualquer estímulo, para que o padrão respiratório seja restabelecido.


A OMS recomenda que a reabilitação da COVID Longa contemple a educação das pessoas sobre a forma de retomar as atividades do dia a dia, das mais simples às mais complexas, respeitando o ritmo e a energia de cada pessoa, para garantir a segurança e evitar a exaustão.

Assim, considera-se que o acompanhamento de um fisioterapeuta é de extrema importância na reabilitação da COVID Longa, seja pelo ensino de estratégias de autogestão, seja pela monitorização, identificação e controlo de sinais/sintomas, seja pela prescrição de exercício adequado a cada utente e a cada fase de recuperação.


Se se identifica com este tema e necessita de ser acompanhado em fisioterapia, entre em contacto connosco e faça o seu agendamento.


Elaborado por Fisioterapeuta Vanessa Figueiredo - OF nº 94

 

Fontes:




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