A resposta é sim. Está comprovado que, a partir dos 40 anos, a perda de massa e força muscular é de cerca de 8%/década, progredindo para 15%/década após os 70 anos de idade. A esta condição de perda progressiva e generalizada de força e massa muscular dá-se o nome de Sarcopenia.
*Imagem retirada de https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2018/04/sarcopenia-entenda-a-perda-de-massa-muscular-na-velhice-cjg8cav6e01xm01qlziuuiim0.html
Identificação e classificação da Sarcopenia
Estes são os critérios para identificar a Sarcopenia:
Força muscular diminuída;
Baixa qualidade e quantidade muscular;
Performance física diminuída.
Se apresentar o critério 1, provavelmente, pode ser Sarcopenia.
O diagnóstico pode ser comprovado com o critério 2.
Se apresentar o critério 1, 2 e 3, a Sarcopenia é considerada severa.
População e Sinais
A Sarcopenia afeta, maioritariamente, a população idosa. Esta é considerada “primária” (ou relacionada à idade) quando nenhuma outra causa específica é evidente. E é considerada “secundária” quando outros fatores estão presentes.
A Sarcopenia pode ocorrer associada a uma doença (condição inflamatória, osteoporose, doença neurológica), a inatividade física também contribui para o desenvolvimento de Sarcopenia, seja devido a um estilo de vida sedentário ou à imobilidade ou incapacidade relacionada com patologias associadas. Além disso, a Sarcopenia pode desenvolver-se por desnutrição como resultado da ingestão inadequada de proteína ou má absorção, anorexia ou obesidade.
*imagem adaptada de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30312372/
Efeitos da Sarcopenia
Em termos de saúde:
Consequentemente, há um aumento do risco que quedas e fraturas, maior limitação nas atividades da vida diária e, associação a doenças cardíacas, respiratórias e compromisso cognitivo.
Tudo isto leva a:
Em termos financeiros:
A presença de Sarcopenia aumenta o risco de hospitalização e aumenta os seus custos.
Entre os idosos hospitalizados, aqueles com Sarcopenia na admissão têm uma probabilidade 5 vezes maior de terem custos hospitalares mais elevados do que aqueles sem Sarcopenia.
A Fisioterapia e a Sarcopenia
O reconhecimento e a intervenção precoces em pacientes com Sarcopenia são a chave para melhores resultados.
Deve ser feita uma avaliação dos pacientes quanto ao comprometimento da sua função física e atividades de vida diária.
O ambiente em que estes vivem, deve ser também ele avaliado, quanto ao risco de queda, e a implementação de medidas preventivas de segurança deve fazer parte da estratégia de tratamento.
Um regime de exercício é considerado fundamental no tratamento da Sarcopenia.
Um programa de treino de resistência progressiva é conhecido por exercer efeitos positivos no sistema nervoso e no sistema muscular e, resulta numa melhoria da massa muscular e na força muscular.
O treino de força deve ser considerado uma estratégia de tratamento de primeira linha para controlar e prevenir a Sarcopenia.
Demonstrou-se que o exercício resistido de curto prazo aumenta a habilidade e a capacidade do músculo esquelético de sintetizar proteínas.
Tanto o treino de resistência como o treino de força, demonstram ser intervenções bem-sucedidas na prevenção e tratamento da Sarcopenia. Foi relatado que o treino de resistência influencia positivamente o sistema neuromuscular, bem como aumenta as concentrações hormonais e a taxa de síntese proteica.
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Elaborado por Fisioterapeuta Mariana Ferreira- OF nº 8694
Fontes:
Cruz-Jentoft, A. J., Bahat, G., Bauer, J., Boirie, Y., Bruyère, O., Cederholm, T., … Schols, J. (2019). Sarcopenia: Revised European consensus on definition and diagnosis. Age and Ageing, 48(1), 16–31.
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