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Rotura Muscular: o que fazer a seguir?

As roturas musculares são lesões em que as fibras musculares são esticadas para além da sua capacidade máxima elástica, que resulta no rompimento do tecido muscular. 

Podem ocorrer em diversas situações, desde atividades físicas intensas até movimentos normais do dia a dia. 

 


Classificação das roturas musculares


As roturas musculares são frequentemente classificadas em três graus de gravidade:

  • o grau 1, micro-roturas, onde o utente sente desconforto local, restrição no movimento e alguma diminuição da força;

  • o grau 2, roturas moderadas, onde um maior número de fibras fica danificado, que resulta em dor local , formação de edema e limitação funcional;

  • o grau 3, rotura completa do músculo, que resulta em dor extrema e perda total da função, podendo ser necessário tratamento cirúrgico.



Relação das roturas musculares com o desporto


As roturas musculares são mais comuns em desportos que exigem explosão, mudanças rápidas de direção e alta intensidade. 


Estas lesões podem afetar qualquer grupo muscular, mas são mais proeminentes nos músculos da coxa, como o quadricípite e isquiotibiais, nos músculos adutores da anca e nos gastrocnémios ("gémeos"). Estima-se que as lesões musculares representam cerca de 30-50% de todas as lesões desportivas, tendo as roturas uma representação importante nesta percentagem. 



Seguem alguns exemplos de desportos em que é frequente a ocorrência de roturas musculares:

  • Futebol: devido a sprints e mudanças de direção.

  • Rugby: contacto intenso, impacto e explosão.

  • Basquetebol: saltos e movimentos rápidos.

  • Atletismo: especialmente nas provas de velocidade e saltos.



Principais causas das roturas musculares

  • Trauma/impacto;

  • Aquecimento inadequado;

  • Desnutrição e desidratação;

  • Desequilíbrios musculares;

  • Sobrecarga muscular e falta de descanso entre as sessões de exercícios que leva à fadiga;

  • Postura inadequada durante a atividade física.



Sinais e sintomas mais comuns nas roturas musculares

  • Dor: Que pode ser sentida como um ligeiro desconforto até dor intensa e que tende a ser localizada;

  • Inchaço: Devido à inflamação;

  • Equimose: Hematomas na pele devido ao sangramento interno;

  • Espasmos musculares: Músculo contrai involuntariamente;

  • Perda de força: Sensação de fraqueza;

  • Limitação de movimento


O diagnóstico é geralmente realizado com base numa avaliação deste sinais e sintomas, que inclui testes de força, amplitude de movimento apesar de, por vezes, ser necessário ser complementado com exames de  imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética para avaliar a real extensão da lesão.



A Fisioterapia no tratamento das roturas musculares


A Fisioterapia é fundamental na reabilitação de roturas musculares. O fisioterapeuta desenvolve um programa de tratamento individualizado, que inclui:


  • Avaliação Subjetiva e Física: O fisioterapeuta realiza uma avaliação detalhada para entender a gravidade da lesão e as limitações do utente;

  • Controlo da Fase Aguda: Técnicas como terapia manual, ultra-som, eletroterapia e implementação do Protocolo RICE (repouso, gelo, compressão local e elevação do membro), podem ser utilizadas para aliviar a dor, reduzir a inflamação e auxiliar na regeneração e reparação tecidular;

  • Reabilitação e Fortalecimento: À medida que a dor diminui, o fisioterapeuta introduz exercícios específicos para restaurar a força e a amplitude de movimento do músculo lesado. O fortalecimento deve ser gradual para evitar uma recidiva. Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade, aumentando-se progressivamente conforme a tolerância do utente. Inicialmente são utilizados exercícios isométricos, progredindo para exercícios concêntricos e excêntricos. O treino de proprioceção é também trabalhado para relembrar o músculo para novos estímulos.

  • Treino Funcional: O fisioterapeuta implementa exercícios que simulam as atividades diárias ou desportivas do utente, ajudando assim, na readaptação ao movimento normal.



A Fisioterapia é parte essencial na recuperação de roturas musculares. Não auxilia apenas na recuperação da função muscular, mas também promove uma abordagem preventiva que prepara o utente para o retorno às suas atividades normais de forma segura.


Os fisioterapeutas ensinam os utentes sobre a importância de variados fatores como a implementação de exercícios específicos para uma melhor coordenação motora, ensinam técnicas adequadas de aquecimento, alongamento, execução do movimento e promovem hábitos saudáveis como descanso e alimentação.


Assim, a combinação de um correto acompanhamento por parte do fisioterapeuta e colaboração do utente pode reduzir significativamente o risco de recidiva da lesão e contribuir para uma melhor saúde musculoesquelética a longo prazo.


Saiba como a Fisioterapia em Casa pode ajudar, entrando em contacto connosco!


Elaborado por Fisioterapeuta Fábio Teixeira - OF nº 8155


 

Fontes:


  • Fernandes TL, Pedrinelli A, Hernandez AJ. Effectiveness of injury prevention programs with core muscle strengthening exercises to reduce the incidence of hamstring injury among soccer players: a systematic review and meta-analysis. Rev Bras Ortop. 2022;57(1):1-13.doi:10.1590/S0102-36162011000300003.


  • Al Attar WS, Husain MA. Effectiveness of Injury Prevention Programs With Core Muscle Strengthening Exercises to Reduce the Incidence of Hamstring Injury Among Soccer Players: A Systematic Review and Meta-Analysis. PMID: 37139743; PMCID: PMC10606958; DOI: 10.1177/19417381231170815


  • Amorim Ramos G, Gonc¸Alves Arliani G, Costa Astur D, de Castro Pochini A, Ejnisman B, Cohen M.. Rehabilitation of hamstring muscle injuries: a literature review. Volume 52, Issue 1, January–February 2017, Pages 11-16.doi:10.1016



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