A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum a nível global, atrás da Doença de Alzheimer.
É progressiva e manifesta-se através de sintomas motores e não motores. É ligeiramente mais comum nos homens (3:2), raramente surge antes dos 40 anos e pensa-se que cerca de 3% da população com idade superior a 80 anos sofra desta doença.
Quais os sinais e sintomas da Doença de Parkinson?
Existem sinais e sintomas próprios da DP, como:
Tremor de repouso (costuma aparecer inicialmente numa extremidade, como no polegar);
Bradicinesia (lentidão dos movimentos);
Rigidez.
Podemos, no entanto, observar outros:
Sinais/Sintomas Motores
Instabilidade postural;
Alterações posturais;
Alterações da marcha (pequenos passos rápidos com o corpo inclinado para a frente e fenómenos de “freezing”, que se manifesta pela incapacidade de avançar e descolar os pés do chão);
Distonia (dedos em garra ou martelo).
Sinais/Sintomas Não motores
Hipofonia (falar em voz baixa);
Disfonia (alterações na qualidade da voz. Pode soar soprada ou rouca);
Hiposmia (diminuição do olfato);
Hipomimia (diminuição da expressão facial);
Alterações gastrointestinais (prisão de ventre) e do trato urinário;
Disfagia (dificuldade em engolir);
Distúrbios do sono;
Depressão e ansiedade.
Relativamente a estes dois últimos sintomas (depressão e ansiedade), cerca de 50% das pessoas com DP são diagnosticadas com depressão e 40% com ansiedade. A DP tem um impacto direto em várias áreas do cérebro, responsáveis pela produção de substâncias químicas envolvidas na regulação do humor, energia, motivação, apetite e sono. Desta forma, a depressão e ansiedade resultam da doença em si, não sendo apenas consequência da “tristeza” após o diagnóstico.
Quais as causas?
Esta doença aparece devido a uma redução da produção de dopamina pelo nosso cérebro, no entanto, a(s) causa(s) para a redução da produção deste neurotransmissor permanece(m) pouco clara(s).
A dopamina é um neurotransmissor produzido pelo cérebro, cujo principal objetivo é a facilitação dos movimentos. Na ausência da mesma, a mensagem enviada pelo cérebro aos músculos para se movimentarem é inibida, resultando nos sinais e sintomas típicos da DP.
Contudo, existem outras causas que potenciam o desenvolvimento da DP, como fatores genéticos, fatores ambientais de risco, estilo de vida e envelhecimento.
Como se faz o diagnóstico?
Não existem exames específicos que detetem esta doença. O diagnóstico é feito com base nos sintomas, historial médico e num exame físico detalhado, habitualmente realizado por um Neurologista.
Qual o melhor tratamento?
Atualmente, não há cura para a DP, no entanto, existem tratamentos que podem ajudar a minimizar a velocidade com que esta doença progride, diminuir os sintomas e manter a qualidade de vida.
Os dois tratamentos mais comuns e com maior apoio científico são a medicação e a fisioterapia.
A fisioterapia pode englobar diferentes atividades, exercícios e movimentos (treino de resistência, exercícios aeróbios, treino da marcha e equilíbrio, hidroterapia, dupla tarefa, etc.) e deve ser planeada de forma específica para cada indivíduo, de acordo com as suas necessidades, objetivos e sintomas. A fisioterapia pode também ter como foco a diminuição do risco de queda. Este treino é especialmente importante para indivíduos com DP, visto que esta doença está intimamente relacionada com o desenvolvimento de demência, cuja origem muitas vezes se deve ao sedentarismo provocado pelo medo de cair.
* Imagem retirada de https://www.physio.co.uk/what-we-treat/elderly/parkinsons-disease.php
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Elaborado por Fisioterapeuta Beatriz Lopes - OF nº 8934
Fontes:
https://www.parkinson.org/understanding-parkinsons/non-movement-symptoms/depression
Radder, D. L., Lígia Silva de Lima, A., Domingos, J., Keus, S. H., van Nimwegen, M., Bloem, B. R., & de Vries, N. M. (2020). Physiotherapy in Parkinson’s disease: a meta-analysis of present treatment modalities. Neurorehabilitation and Neural Repair, 34(10), 871-880.
Hayes, M. T. (2019). Parkinson's disease and parkinsonism. The American journal of medicine, 132(7), 802-807.
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