A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória, crónica, progressiva e autoimune, que provoca alterações ao nível do Sistema Nervoso, ao nível da propagação de informação do cérebro aos músculos.
É mais comum nas mulheres e surge, habitualmente, entre os 18 e os 50 anos de idade, sendo muito incapacitante pois afeta todas as dimensões da vida, tanto profissional como pessoal.
Os neurónios, fibras responsáveis pela transmissão de informação entre o cérebro e o corpo, são envoltos por uma baínha de mielina, que protege as fibras e aumenta a velocidade dessa comunicação.
Na Esclerose Múltipla, há a destruição dessa mielina (desmielinização), provocando falhas na transmissão dos impulsos nervosos, para além do processo inflamatório que destrói essas fibras.
A Esclerose Múltipla classifica-se em quatro formas:
surto-remissão, a mais frequente, em poderá haver recuperação total ou parcial dos sintomas, sem progressão;
secundária progressiva, em que geralmente desenvolve-se em doentes que sofrem ou sofreram da forma de surto-remissão e difere desta por existir um agravamento gradual dos sintomas;
primaria progressiva, em que há perda gradual das funções corporais desde o início, sem presença de surtos;
progressiva recidivante, em que existe progressão da doença desde o início, com surtos bem definidos e com recuperação total ou parcial.
Sinais e Sintomas
O nome da doença deriva da multiplicidade de lesões focais no cérebro e os doentes com Esclerose Múltipla podem apresentar vários sinais e sintomas, dependendo da zona lesionada:
perda de equilíbrio e coordenação;
ataxia (marcha descoordenada),
problemas de visão e sensibilidade;
perturbação da fala e deglutição,
tremores e dormência;
fadiga;
falta de força muscular;
rigidez e espasticidade;
alterações no sistema urinário e intestinal;
disfunção sexual;
problemas cognitivos (memória e raciocínio);
dor;
depressão;
alterações comportamentais.
Causas
Apesar das causas ainda não serem totalmente conhecidas, pressupõe-se que haja vários fatores que possam estar associados ao surgimento da doença, tais como:
virais, que pode provocar uma reação do sistema imunológico para atacar/destruir os tecidos do próprio corpo e por isso, é definida como uma doença autoimune;
genéticas, existindo maior probabilidade de sofrer da doença se um familiar com um grau de parentesco direto (pais ou irmãos) estarem diagnosticados.
hábitos tabágicos;
diminuição da exposição solar/défice de Vitamina D, associado a climas temperados;
obesidade na adolescência.
Diagnóstico e Prognóstico
O diagnóstico é efetuado por neurologista, através da história clínica e de exames neurológicos e imagiológicos como a Ressonância Magnética. Embora incapacitante, o prognóstico é bastante variável, dependendo da forma de Esclerose Múltipla que o doente tiver.
Tratamento
Para além da medicação (através de corticoides, entre outros), a Fisioterapia e a atividade física são importantíssimas para recuperar as limitações ou retardar a perda da funcionalidade. A Fisioterapia é importante em todas as fases/formas da doença e atua, não só nos sintomas físicos (diminuição da dor, falta de força, de equilíbrio, de coordenação, alterações na marcha…) e na prevenção de quedas, como também contribui para a motivação e, por isso, tem implicações na melhoria do estado psicológico do doente.
Vários estudos demonstraram que a fisioterapia presencial ou remota/online podem ter os mesmos efeitos, sendo esta última mais vantajosa para doentes que mantêm a atividade profissional, pois permite maior flexibilidade de horário.
Se sofre de Esclerose Múltipla, saiba que a Fisioterapia em Casa disponibiliza acompanhamento presencial ou remoto/online (avaliação prévia presencial obrigatória). Entre em contacto connosco e faça o seu agendamento.
Elaborado por Fisioterapeuta Vanessa Figueiredo - OF nº 94
Fontes:
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